Sou a Valéria, mulher, mãe de um rapaz de 25 anos (do primeiro casamento, mas que não mora comigo) e de uma bebê chamada Alice de apenas 1 ano e 08 meses. Sou mãe em carreira solo e também na vida, pois perdi meus pais ainda na infância e não tenho irmãos.
Trabalho desde os 14 anos para me manter e me orgulho bastante das minhas conquistas. Mudei de cidade, financiei e mobiliei o imóvel que moro hoje, sem ajuda de absolutamente ninguém. Quando eu pude, ajudei financeiramente muita gente, viajei, experimentei as comidas e bebidas que tinha vontade. Passei 03 vezes no ENEM, mas, por motivos de força maior, não pude prosseguir, mas o importante é que eu passei mesmo com tantas dificuldades, consegui superá-las e transcender!! Saí de um bairro extremamente pobre e hoje moro em um bairro de classe média. Foram 18 anos de muito trabalho e isso inclui dupla jornada, feriados e fins de semana sem descanso. Lágrimas de medo e desespero, mas também de alegrias a cada conquista.
Talvez você me pergunte “E por que não faz novamente?”.
Porque maternar sozinha é a batalha mais árdua que experimentei na minha vida; porque a creche não é 24 horas e nem em fins de semana; porque trabalhar pra pagar R$ 1.000,00, ganhando R$ 1.200,00 é totalmente sem sentido; e finalmente porque a minha filha precisa de mim: educação de mãe, do exemplo da mãe, para além das coisas materiais.
Já são 02 anos vivendo de ajuda. Gestação de risco, impossibilidade de trabalhar por ordens médicas (fui até o sexto mês, mas não aguentava as dores e parei). Fase difícil. Um dia não tinha o que comer, liguei pra uma amiga e ela disse que viria trazer algo. Chorei bastante tempo até conseguir pedir (primeira vez passando por isso), nó na garganta, misto de vergonha e medo. Assim foi com o gás, a luz, o financiamento do apartamento atrasou e hoje estou em vias de perdê-lo já que não consigo manter o acordo judicial que fiz em 2019, após o banco entrar com reintegração de posse.
Minha filha Alice foi para creche aos quatro meses de idade e ficou de julho até dezembro. Neste período eu me virava como dava. Fazia comida, fazia restauração de imóveis, faxinas, o que viesse. Chegaram as férias de final de ano e com ela a pandemia. Sem ter com quem deixá-la e nem podendo devido ao risco de contágio, voltei a precisar da solidariedade para nos manter e hoje é o que tem nos mantido.
Roupas, comida, luz, IFood - Não peço, mas não recuso. Ah, tem o auxílio, mas como disse, moramos num bairro de classe média, poderia ir para um mais barato? Sim, claro se eu tivesse como manter o aluguel, contudo não posso alugar o meu, pois, devido às dívidas, o inquilino correria um grande risco de ter um oficial de justiça batendo à porta e isso não seria nada agradável. Então fico aqui, já que não consigo pagar aluguel e até que alguém o compre, já que o coloquei à venda. Sobre o auxílio, auxilia, ajuda, mas não supre todas as necessidades. Devido a esse cenário, mesmo com muito medo, recentemente retomei o trabalho presencial, só que de forma adaptada. Atualmente só consigo atender como personal Gourmet e personal organizer em casas que eu possa levar a Alice, com pessoas que entendam nossa situação e contribuam com o cuidado a ela. O funil ficou bem mais estreito, porém “ c'est la vie” (não falo nadinha em francês; rsrsrsrsrrs).
A vida segue e a gente vai se reinventando, adaptando... Estou parecendo um origami de tanto que me desdobro pra gerar alguma renda, manter a dignidade e a cabeça erguida. Retomei as publicações na minha página de serviços no Facebook, criei um Instagram onde também ofereço comidinhas frescas ou congeladas sob encomenda; Estou oferecendo ceia de Natal; serviços de
personal organizer (cozinho o que o contratante pedir; diárias ou pacotes)
me disponibilizei a me deslocar para outros estados e vou remando – sempre com a minha companheirinha!
Se você leu o texto (ão; rsrsr) todo, agradeço por se importar!
Deixo abaixo as minhas páginas. Estou aberta a propostas e peço ajuda na divulgação.
Obrigada!
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